27 de agosto de 2009

Uma rua para Lupicínio

“Até a pé nós iremos.” A frase imortal, que abre o Hino do Grêmio, foi cunhada por Lupicínio Rodrigues durante uma greve do transporte coletivo. Na via batizada com o nome do compositor, em Lajeado, não passa ônibus. Os seus poucos moradores têm de caminhar alguns metros até a parada mais próxima, situada na Avenida Castelo Branco. Mas isso não desanima os que desfrutam a vida pacata da Rua Lupicínio Rodrigues.

“Aqui é bom de morar, sempre tranquilo”, afirma a vendedora Virgínia Wendt, que vive no local há 28 anos. Segundo ela, o fato de o transporte coletivo na rua ter sido interrompido está longe de ser um transtorno. “Para a gente, caminhar até ali não é problema, mas para que os ônibus circulassem era complicado”, diz, ressaltando que as vias próximas são estreitas. Para Virgínia, trata-se de um local ótimo para criar a filha Roberta (4), que frequenta a creche situada a uma quadra de casa.

Nascido em Porto Alegre no ano de 1914, Lupicínio destacou-se por suas composições sobre decepções amorosas - que lhe renderam o título de Rei da Dor de Cotovelo. Entre suas canções mais famosas estão Felicidade, Se Acaso Você Chegasse, Esses Moços, Vingança e Nervos de Aço e outras. Ao gravá-las, sua voz era mansa e não empostada, procurando valorizar a música e texto. Morreu no dia 27 de agosto de 1974, há exatos 35 anos.

Foi durante a greve dos bondes da capital, em 1953, que o gremista Lupicínio teve a inspiração para uma de suas obras mais conhecidas, o Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Um comentário:

Marcio Souza disse...

Danton, embora curta músicas do passado, admito que pouco sei de Lupicínio. É claro que, dele, conhecia o "Até a pé nós iremos". Mas, para mim, porque me faz lembrar a infância e os tempos de colégio, nunca vai faltar na sua musicografia: "Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito, inda mora, e é por isso que eu gosto lá de fora, porque sei que a falsidade não vigora...."