30 de setembro de 2008

Gigante do hard em POA

Em uma seqüência de shows internacionais nunca antes vista, Porto Alegre recebe no dia 2 de outubro um ícone do hard rock. Os ingleses do The Cult, de volta à formação original, apresentarão na Capital clássicos da década de 1980 como She Sells Sanctuary e Revolution, além de músicas do último álbum, Born Into This (2007). Há mais de 20 anos, em pleno auge do movimento pós-punk, a banda (re)injetou no rock and roll os riffs explosivos de guitarra e as performances arrasadoras de palco, herdadas dos conterrâneos do Led Zeppelin.

A ligação com os anos 1960 e 1970, aliás, não fica restrita à sonoridade do The Cult. O vocalista, Ian Astbury, fez as vezes de Jim Morrison (morto em 1970) como vocalista do lendário The Doors para a gravação de um DVD e uma turnê. Mas o The Doors of 21st Century (novo nome do grupo) não foi adiante, e Astbury voltou a fazer o que sabe de melhor. Ainda bem.

Entre os outros shows marcados para Porto Alegre estão Bem Harper (30 de setembro), KT Tunstal (19 de outubro) e R.E.M. (6 de novembro).

17 de setembro de 2008

Um tapa na orelha

Anunciar uma volta às origens é uma ótima estratégia para quem anda longe dos holofotes. Mas no caso do Metallica, vai muito além do marketing. Com o recém-lançado Death Magnetic, o quarteto revive os tempos em que James Hatfield, Kirk Hammett, Lars Ulrich e Cliff Burton (substituído por Jason Newsted e, posteriormente, por Robert Trujillo) eram quatro moleques cabeludos na ensolarada Califórnia. Depois do experimentalismo de St. Anger (2003), a banda finalmente volta a mostrar o que tem de melhor. O resultado é um tapa na orelha do ouvinte – da primeira à última faixa.

As intenções do quarteto ficam bem claras com as primeiras notas da música de abertura, That Was Just Your Life. Outras, como Broken, Beat & Scarred, têm potencial para conquistar tanto o público rock and roll quando a galera do metal. O que não quer dizer que o Metallica perdeu sua essência – pelo contrário. Com Death Magnetic o grupo recupera a energia de sua produção pré-black álbum (1991). A revista Rolling Stone classificou o disco como equivalente à invasão da Rússia à Geórgia: um ato repentino de agressão de um gigante adormecido.

5 de setembro de 2008

A popstar cinqüentona vem aí

Depois de ficar famosa aos 20, virar ícone pop aos 30 e tornar-se a artista mais bem paga do mundo aos 40, Madona chegou aos 50 popular como nunca e surpreendente como sempre. Com a nova idade, recém-completada no dia 16 de agosto, o fenômeno da música continua provocando histeria por onde passa. No Brasil, onde uma legião de fãs aguarda com ansiedade o seu retorno após 15 anos, não é diferente. A confirmação de três shows, dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro, provocou corre-corre atrás dos ingressos. Tanto que, três meses antes, restam entradas apenas para uma das apresentações.

A turnê Sticky & Sweet marca a volta de Madonna ao Brasil após mais de uma década. Na primeira vez, com The Girlie Show, uma multidão seguiu seus passos em São Paulo – alguns chegaram a passar a noite em frente do hotel onde estava hospedada. Durante a Confessions Tour, em 2006, os shows em solo brasileiro foram cancelados, adiando o seu retorno ao país por dois anos. Neste ano, o espetáculo servirá de divulgação para o seu 13º álbum de estúdio, Hard Candy. O show marcado para São Paulo, no dia 20 de dezembro, será o último da série.

Graças à inquietude artística e a sua capacidade de se reiventar, Madonna chegou aos 50 anos em evidência e bem longe da aposentadoria. Da sensualidade de Like a Virgin à rebeldia de Material Girl, passando pela polêmica de Like a Prayer (que provocou protestos da Igreja Católica), sua carreira é recheada de polêmicas e lançamento de tendências, assim como a sua vida pessoal. Aliando o talento ao seu grande senso de marketing, a cantora esbanja vigor – ao contrário de um contemporâneo famoso, o cantor Michael Jackson, que também virou cinqüentenário.

Popstar
Pop por excelência, Madonna está antenada com o rock, música eletrônica, dance, hip hop e retrô. Seu CD mais recente teve a produção do rapper Timbaland, o que reflete na sonoridade inspirada na música negra contemporânea. Com um título sugestido, Hard Candy (doce duro) ganhou edição especial com capa de couro e foi lançado até em vinil.

A poucos dias de dar início à nova turnê, que começou na Europa e passa pela América do Norte antes de chegar ao Brasil, Madonna revelou alguns detalhes sobre os shows. A apresentação é dividida em quatro partes, cada uma com uma influência. Estão incluídas a música folclórica romena, na parte mística, e a música festiva, durante a rave. Esta deverá ser a maior turnê já feita por uma mulher. A estimativa é de que os 55 shows previstos arrecadem US$ 250 milhões. O recorde atual, diga-se de passagem, pertence a Madonna.

3 de setembro de 2008

Para matar a saudade

Cinco mil pessoas cantam, em uníssono, músicas que jamais viraram hits nas grandes rádios. É uma espécie de devoção, que começa pelo figurino (all star é obrigatório) e termina no culto às personalidades de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, alma e cérebro do Los Hermanos. O cenário é o histórico show na Fundição Progresso (RJ), em 9 de junho do ano passado. Foi a última vez que Camelo, Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba subiram ao palco juntos. Na semana passada, a apresentação chegou às lojas em forma de CD em DVD.

Foi o primeiro lançamento dos cariocas após a separação provisória. Nem o momento mais constrangedor, com o mega hit Anna Julia, tira o ânimo dos fãs – que cantam sozinhos os primeiros versos de O Vencedor. O coro segue até mesmo nas canções mais obscuras, como as que integram o álbum 4, mal sucedido comercialmente. É verdade que a banda já havia lançado um registro ao vivo (Cine Íris, 2005), mas o novo DVD funciona como forma de matar a saudade dos fãs. Menos mal que os hermanos, oficialmente, não pararam em definitivo. Apenas deram um tempo.