4 de agosto de 2009

Adeus, ironia

O prazo de validade do rock atual parece continuar relacionado ao terceiro disco. Os Strokes marcaram época com Is This It (2001) e seguraram a onda em Room on Fire (2003), mas desde First Impressions of Earth (2006) pouca gente se lembra deles. O Franz Ferdinand, depois de hits como Take Me Out e Walk Away, lançou um álbum repleto de obviedades (Tonight, de 2009). Caminho semelhante trilhou o The Killers. Só faltava o Arctic Monkeys.

Com status de álbum mais aguardado do ano, Humbug – que será lançado no dia 24 de agosto e já vazou na internet – está sujeito a diversas interpretações. A produção de Josh Homme (o homem à frente do Queens of the Stone Age) confere ao disco doses de porralouquice stoner rock e riffs potentes de guitarra (as faixas Potion Aproaching e Fire And The Thud parecem ter sido arrancadas do repertório do QOTSA). O resultado? Um álbum sombrio e sério, sem a cara do Arctic Monkeys.

Nada é mais saudável do que uma banda que se recicla, exceto quando perde sua principal qualidade. Onde foi parar a ironia – a começar pelo nome – de Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not? A banda que ria de si mesmo chegou àquela temível e inesperada fase: a maturidade.

Ouça Arctic Monkeys

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