15 de fevereiro de 2009

13 de fevereiro de 2009

Plant prefere a bela

Se a carreira-solo de Robert Plant deixava a desejar, a cena mudou nesta semana. Ao lado da cantora Alison Krauss, o ex-Led Zeppelin foi o maior vencedor do Grammy. Com o disco Raising Sand, a dupla conquistou nada menos do que cinco troféus da maior premiação musical do mundo.

Ao provar que seu novo trabalho está consolidado, o vocalista diminuir as chances de um esperado retorno da clássica banda inglesa. Segundo Plant, um motivo forte impede o retorno do Led Zeppelin: a ausência de John Bonham, baterista morto em 1980. “A reunião não aconteceu porque estamos incompletos”, disse o cantor em entrevista recente.

Em vez de Jimmy Page e John Paul Jones, ex-companheiros do Led, Plant prefere Alison – o que se justifica pela bela voz da cantora. Mas nada impede que os fãs continuam torcendo pelo retorno de uma das maiores bandas do mundo.

12 de fevereiro de 2009

Ele não decepciona

Considerado o maior compositor dos anos 1980, Morrissey construiu nos últimos anos uma sólida carreira-solo – embora seu nome continue sendo associado à ex-banda, The Smiths. No novo Years of Refusal, que chegou às lojas nesta semana, o cantor inglês continua a provar que sua criatividade não se esgotou com o fim da parceria com Johnny Marr.

A abertura, com Something is Squeezing My Skull, sugere um álbum pesado. Com guitarras distorcidas e refrão forte, é a faixa mais roqueira. All You Need Is Me vai pelo mesmo caminho. No restante do disco, no entanto, o pop fala mais alto. Há momentos intimistas (na letra de Mama Lay Softly on the Riverbed) e até latinos (When Last I Spoke to Carol tem arranjos provocativos). É o velho Moz mostrando que ainda consegue surpreender.

Se a voz não é mais a mesma dos tempos de The Queen is Dead, a interpretação faz qualquer fã dos Smiths delirar na melodiosa That’s How the People Grow Up. A bela I’m Throwing my Arms Around Paris, que já faz sucesso no Reino Unido, merece o título de ponto alto do disco.

A derrapada fica por conta do encarte do primeiro single. Morrissey e os músicos que o acompanham aparecem completamente nus, exceto pelo compacto que – felizmente – esconde as suas vergonhas. Menos mal que a qualidade de Years of Refusal compensa esse vexame.

7 de fevereiro de 2009

A canadense em POA

A turnê brasileira de Alanis Morissette, que inclui 11 capitais, fecha com chave de ouro para o público gaúcho. A última apresentação da cantora canadense no país ocorre nesta terça-feira no Pepsi On Stage, em Porto Alegre. No repertório, clássicos dos seus quase 20 anos de carreira e músicas do último álbum, Flavors of Entanglement, lançado no primeiro semestre de 2008.

No início dos anos 1990, a voz suave e as letras emocionais chamaram a atenção do público. O auge ocorreu com o lançamento de Jagged Little Pill, em 1995, que vendeu 30 milhões de cópias mundo afora graças a baladas como You Learn e You Oughta Know. A inspiração para Flavors of Entanglement, seu 11º disco, surgiu a partir de um caderno de anotações da cantora.

Alanis pegou a estrada em junho de 2008. A turnê mundial começou na Europa e seguiu para a América do Norte, chegando ao Brasil neste início de ano. O ingresso mais barato para o show desta terça custa R$ 100 (pista), e o mais caro R$ 185 (área VIP). Teleentrega pelo fone (51) 8401-0509.

2 de fevereiro de 2009

Um nerd no country

A cara de nerd e os refrões pegajosos sempre fizeram de Ben Kweller um sujeito identificado com a turma indie. Desde que surgiu em 2000, o californiano – então com 19 anos – ganhou fama no rock alternativo mesclando baladas ao piano com o estilo shoegaze. Pois dessa vez, Kweller deixou o all star de lado e incorporou o banjo às suas composições.

Changing Horses, quarto disco do músico, vai causar surpresa – agradável, por sinal – em quem procura pela mesma fórmula de Sha Sha (2002). Kweller foi buscar inspiração no country, influência já demonstrada no EP How Ya Lookin' Southbound? Come In, lançado no ano passado. E não se trata do estilo alternativo de Ryan Adams e companhia, mas sim de uma música mais próxima à raiz.

A multiplicidade musical não é novidade na carreira de Kweller. Logo na estreia, com Sha Sha, o garoto emplacou levadas que iam do blues acústico ao pop sofisticado, explorando sua influência do Pavement. Em Changing Horses, a referência da vez é Johnny Cash (Fight parece uma versão alternativa do clássico Cry Cry Cry). Mesmo quando o refrão remete ao indie do seu primeiro disco, como na ótima Sawdust Man, o slide surge para confirmar as intenções do autor.

Percorrer diferentes estilos musicais com talento é uma virtude dos grandes músicos. Em vez de optar pelo marasmo criativo, o californiano ousou – e foi feliz mais uma vez. Ben Kweller: ta aí um cara legal.