A lenda serviu de contexto para um dos últimos registros da psicodelia nacional. Lançado em 1974, o álbum duplo Paêbirú tornou-se tão mítico quanto sua fonte de inspiração. A prensagem única deu origem a 1,3 mil exemplares, dos quais mil perderam-se na enchente que assolou Recife em 1975. Cada uma das 300 cópias restantes chega a valer cerca de R$ 4 mil. Além disso, devido à pequena repercussão obtida na época, Paêbirú é rejeitado pelos seus dois autores – Lula Côrtes e Zé Ramalho.
Graças ao download gratuito – e ilegal –, Paêbirú conheceu o sucesso 30 anos após o seu lançamento. Isso explica a gravação de Nas Paredes da Pedra Encantada, documentário que revela como surgiu um dos álbuns mais cultuados da música brasileira. A bordo de uma Kombi, os diretores Cristiano Bastos e Leonardo Bomfim levaram Lula Côrtes de volta a Ingá, ponto de partida para o processo de criação do disco. Além de investigar a riqueza musical presente na obra, o filme detalha o imaginário particular do interior da Paraíba e o momento psicodélico da época.
Com recursos próprios, Bastos e Bomfim conseguiram refazer a trilha de Côrtes e Ramalho – que deu origem a Paêbirú –, o que resultou no que eles chamam de um road movie documental. A intenção dos produtores é lançar o filme em 2010, utilizando meios alternativos – como a divulgação em festivais de música. Para ouvir Paêbirú, no entanto, o único recurso continua sendo a internet. A não ser que você tenha R$ 4 mil disponíveis.
Veja abaixo o trailler do filme e o vídeo da música Nas Paredes da Pedra Encantada:
3 comentários:
eu sou um dos que não conhecia, mas essas histórias repleta de problemas, como a destruiçãos das cópias, é algo que sempre dá um ar legendário, mitico a qualquer coisa, portanto fiquei curioso, e vou baixar!
Como eu não tenho e se tivesse não daria 4 mil (não sou fã do Zé Ramalho), vou baixar para ver se gosto ou apenas para conhecer.
Me surpreendi com este disco a trÊa naos atrás, foi uma das experiências sagradas que tive com a música (eu e minhas experiências rsrsrsrsrs) depois do disco único do grupo Ave Sangria, fui tão impactado que saí de Maceió rumo ao mítico Ingá, logo depois juntei grana e fui para são tomé das letras, o outro ponto no planeta onde as gravações rupestres daquele lugar se repetem, agora eu vou usar os 4 mil que eu tenho para ir a Machu Pichu, completar a jornada subtendida pelo paêbirú.
Eu vou lá, seguir o caminho do sol.
abração
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