6 de outubro de 2009

Gracias a Mercedes



A doença de Mercedes Sosa, que estava hospitalizada há duas semanas em estado grave, frustrou a tentativa de trazê-la ao Vale do Taquari. Os contatos iniciaram-se após a apresentação da cantora argentina em Cachoeira do Sul, no ano passado. “Tínhamos conversado com empresários e estávamos buscando patrocínio. Estava tudo mais ou menos equacionado”, revela o tradicionalista Hans Cremer, idealizador da Quarteada da Amizade.

“La Negra”, como ela era chamada, morreu domingo, aos 74 anos, em decorrência de problemas renais e hepáticos. “São coisas do destino”, define Cremer. Antes da morte, ele já havia recebido a notícia do agravamento da sua saúde. Mesmo sem concretizar a vinda da cantora à região, Cremer assistiu a apresentações dela duas vezes - uma em Corrientes, na Argentina, e outra em Cachoeira do Sul, que acabou sendo a última da intérprete em solo gaúcho. “Foi uma cantora que marcou época porque tomou posicionamento no sentido popular e libertário, em um período em que era difícil se posicionar”, define.

De acordo com Cremer, Mercedes era exceção numa época “em que letristas e poetas esquecem que têm uma obrigação social”. Para quem a viu ao vivo, durante a Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul, aquele momento mágico jamais será esquecido. O empresário e compositor Luís Konrad, de Lajeado, define a experiência como única e indescritível. “Foi a maior cantora que a América Latina já teve. Poder vê-la pessoalmente foi fantástico”, recorda. “Ela tinha uma linha de pensamento completamente diferente. Não era uma música comum.”

Um comentário:

Marcio Souza disse...

Não tive a oportunidade de acompanhar um show de Mercedes, mas gostaria. Artistas como ela são mais do que talento: você vê a alma no palco, o coração que explode de sentimentos e conta o que canta.