Frank Zappa foi o primeiro artista a revelar de forma explícita a avareza do mundo da música. Em 1968, o célebre guitarrista batizou seu quarto álbum de forma irônica: We’re Only in it For the Money (estamos nisto apenas pelo dinheiro). Em 1997, os britânicos do Supergrass mantiveram o espírito e deram ao seu disco mais conhecido o nome de In it For the Money (apenas pelo dinheiro).
Agora chegou a vez de Leonard Cohen assumir o lado materialista da natureza humana. O cantor canadense de 74 anos, que há 15 anos não se apresentava nos Estados Unidos, retornou aos palcos americanos por um bom motivo: dinheiro.
As razões de Cohen, porém, são fáceis de compreender. Enquanto vivia em um monastério zen-budista (!), perto de Los Angeles, o compositor foi roubado por sua empresária. O desfalque chegou a US$ 5 milhões. Cohen ficou na pindaíba, mas não desanimou. Após vencer uma batalha judicial, o canadense aguarda o pagamento do que lhe foi roubado. E caiu na estrada novamente.
Dono de uma voz rouca e de letras ácidas, Cohen gravou ao violão algumas das canções mais assombrosas da música pop. Seu estilo conquistou discípulos famosos como Nick Cave, Rufus Wainwright e Jeff Buckley – autor de uma versão impecável para Hallelujah. Por dinheiro ou não, a volta de Cohen aos palcos é mais do que bem-vinda.
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