14 de março de 2009

De volta a Madchester

A década de 1980 terminou em grande estilo. A estreia dos Stone Roses, lançada em março de 1989, teve impacto semelhante a um muro de Berlim – foi o estopim para o surgimento de uma nova forma de expressão cultural, que daria o tom nos primeiros anos do decênio seguinte. Muito mais do que o ectasy, o movimento conhecido como Madchester disseminou batidas dançantes revestidas de arranjos psicodélicos e inspiração indie.

Graças a canções acachapantes como I Wanna Be Adored e Elephant Stone, os Roses firmaram-se, na época, como o grupo mais importante da Grã-Bretanha. O LP homônimo é considerado o ponto de partida do britpop, tendo exercido grande influência sobre as duas principais bandas do gênero: Oasis e Blur. Mas será que hoje, duas décadas depois, Ian Brown e companhia estão prontos para encarar os anos 2000? Em 2009, quando uma edição comemorativa a ser lançada em junho celebra os 20 anos do primeiro álbum, os Stone Roses planejam a volta aos palcos.

O mais animado com o possível retorno é o baixista, Mani. Enquanto Brown parece indiferente, interessado apenas em seu novo trabalho solo, e John Squire, antigo guitarrista, descarta a volta, Mani fez um apelo aos fãs. Em dezembro do ano passado, pediu aos admiradores da banda para que criem uma petição visando convencer os demais ex-integrantes. A justificativa é a efeméride a ser comemorada em 2009 – ou seja, os 20 anos do lançamento do primeiro disco. “É o momento ideal para isso. E é algo que gostaria antes de ficarmos carecas e gordos”, ironizou.

Caso a volta seja concretizada, o Stone Roses ingressa num grupo seleto de bandas inglesas que prometem reuniões em 2009. No caso do Blur e do The Kinks, o retorno é dado como certo. Para os sessentões do Faces, ainda falta a confirmação, enquanto que entre os fãs dos Smiths tudo não passa de boatos. A crise econômica, ao que parece, tem feito mal a carreiras-solo e músicos britânicos aposentados.

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