1 de novembro de 2008

Ressaca gótica

Lançar um disco novo sem ter nada “novo” de fato é um desafio e tanto. Robert Smith, líder do The Cure, resolveu arriscar. A banda inglesa, sucesso nos anos 1980 em meio à onda pós-punk, gravou 4:13 Dream, o 13º álbum da carreira, como se curtisse a ressaca de uma noite oitentista. Deu certo. Ao contrário do depressivo Bloodflowers (2000), penúltimo trabalho, o disco apresenta um The Cure feliz consigo mesmo, com saudade (e resquícios) dos seus tempos áureos.

Se a coisa começa morna com a cansativa Underneath the Stars, o The Cure retoma nas faixas seguintes a energia da década em que, esteticamente, tudo era permitido – até fazer gatos dançarem no clipe de The Lovecats. As músicas Only One e Reasons Why lembram megahits como In Between Days e Friday I’m in Love. Nostalgia? Picaretagem? Quem se importa? 4:13 Dream é o melhor trabalho do Cure em muitos anos. Em tempo: o álbum estará disponível nos formados CD, LP e digital.

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