26 de novembro de 2008

Assassinos ecléticos

Ouvir The Killers é ter a certeza de que os anos 80 não foram tão ruins. A sonoridade da década retrasada, tão alardeada por revivals caça-níqueis, serve de inspiração para esse quarteto formado em Las Vegas (EUA) há apenas seis anos. Em Day & Age, no entanto, Brandon Flowers e companhia ampliam o leque de influências e mostram elementos até então pouco utilizados pela banda, como a presença de metais em algumas faixas.

O resultado pode estar longe do esperado para quem, em 2004, produziu um petardo chamado Hot Fuss, álbum multipremiado onde estão algumas das melhores canções desta década (Somebody Told Me, Jenny Was a Friend of Mine e Smile Like You Meant It, só pra citar algumas). Lançado oficialmente na segunda-feira passada, Day & Age mostra um The Killers em busca do amadurecimento – palavra tão temida quanto mal interpretada.

Conhecido nas rádios do mundo desde setembro, o single Human mostra o lado Pet Shop Boys do quarteto. Trata-se de um convite para dançar, em que Flowers pergunta “are we human or are we dancer?”. A resposta vem com Joyride, que remete à era disco. Losing Touch, com direito a metais, e a latinidade de I Can’t Stay provam que o The Killers tem um diferencial com relação a muitos companheiros de geração – que não fazem mais do que copiar fórmulas. A agitada Spaceman, uma das melhores, dá o tom de Day & Age: um álbum de rock que anima qualquer festa.

Mesmo tendo ampliado seus horizontes, uma declaração nada modesta de Brandon Flowers mostra que os Killers ainda têm um pé nos anos 80. E que esperam superar uma banda famosa época. “Podemos substituir o U2. Eles estão ficando velhos”, sentenciou o vocalista. Se isso acontecer, não será com Day & Age.

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