25 de julho de 2008

Mutação sem fim

Julho de 1968 foi um mês mágico para o rock brasileiro. O país, que passava por um momento de repressão política e efervescência intelectual, viu nascer a maior banda da sua história (e do mundo, por que não?). Foi quando Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias reiventaram a psicodelia com o seu disco de estréia, batizado apenas com o nome do grupo: Os Mutantes.

Abria com uma marcha de circo (Panis et Circenses, de Caetano e Gil), passava pelo samba-rock (Minha Menina, de Jorge Ben), pelo regionalismo (Adeus Maria Fulô, de Sivuca) e pela temática afro (Bat Macumba). A romântica Baby (outra de Caetano) ganhou arranjos psicodélicos, lambidas de sorvete e a irreverência que deu fama aos Mutantes. Gravado pela Polydor, o LP contou com a produção do maestro Rogério Duprat, o mago do movimento tropicalista.

Antes de cair na chatice do rock progressivo, na década de 1970, os irmãos Dias Baptista e Rita ainda lançariam outras pérolas, dentre as quais destacam-se Mutantes (1969) e A Divina Comédia...Ou Ando Meio Desligado (1970). Hoje a banda continua na ativa, mas com apenas um membro da formação original (Sérgio), o que tira o brilho conquistado pelo trio nos velhos tempos. Com os Mutantes é assim: você sente saudades, quarenta anos depois, de uma época que nunca viveu. E precisa ter vivido?

Os Mutantes - Panis et Circenses (ao vivo na TV Cultura em 1969)

3 comentários:

Rafael Carvalhêdo disse...

Também não vivi essa época, mas tem muita coisa que realmente sinto falta e isso é estranho, até certo ponto, ruim também, não!

Isso me faz pensar como a música brasileira tá meio decadente.

Peterson C. Fernandes disse...

Bem legal o blog.. gostei!
abraços

--
www.soca-gada.blogspot.com/

N. M. disse...

hey hey
seu blog é incrível,
sinceramente, é um dos mais interessantes que já vi.
Sim, concordo totalmente, apesar de não termos vivido naquela época, morremos de saudades.