14 de novembro de 2009

Dez anos sem a voz do morro

Zé Keti morreu assim como viveu - de forma tímida, silenciosa e sem grande espaço no noticiário. Há dez anos, de falência múltipla dos órgãos, o morro perdia a sua maior voz.

A timidez foi a responsável pelo apelido de José Flores de Jesus. Desde pequeno, o futuro sambista era chamado de Zé Quieto ou Zé Quietinho – até chegar à abreviação com a qual virou compositor. Zé Keti nasceu no Rio de Janeiro em 1921. Na década de 1940, começou a se destacar na ala de compositores da Portela, sua escola do coração. A carreira decolou em 1955 quando a música A Voz do Morro fez sucesso na trilha do filme Rio 40 Graus.

Com o surgimento da bossa nova, envolveu-se com músicos como Carlos Lyra e Nara Leão. A cantora participou ao lado de Zé Keti do espetáculo Opinião, que tornou famosas canções como Diz Que Fui Por Aí. Nos mais de 50 anos de samba, compôs canções inesquecíveis como Mascarada, Máscara Negra e Leviana.

Zé Keti notabilizou-se como uma autêntica voz do morro ao compor canções de crítica social, como Acender as Velas, Quatrocentos Anos de Favela e Opinião. Morreu aos 78 anos, no dia 14 de novembro de 1999.


Um comentário:

Marcio Souza disse...

É incrível como caras, tipo ele, são esquecidos ou largados, durante a vida. Temos muitos talentos que ficam escondidos no morro, fazendo rodinha de samba com sua "galera", enquanto poderiam estar bombando nos palcos. Depois de mortos costumam virar celebridade.