Demorou para que o país desse valor (novamente) a Wilson Simonal. Desde o escândalo em que foi acusado de colaborar com o Dops, em plena ditadura militar, o cantor tornou-se um estranho no universo da música brasileira. Sua morte, em 2000, foi quase ignorada pela imprensa e pelo meio artístico. Nove anos depois, uma série de lançamentos recupera o legado do maior showman da música nacional.
O primeiro deles foi o filme Ninguém Sabe o Duro Que Dei. Com depoimentos de amigos e músicos contemporâneos, o documentário reconta a vida de Simonal e o rumoroso episódio em que envolveu-se no ano de 1971. O cantor teria mandado aplicar uma surra no seu contador, com a suspeita de que ele lhe roubava. O “serviço” foi executado por agentes do temido Dops, um dos braços armados do governo militar.
A trilha sonora, que chegou às lojas recentemente, serve como guia para quem quer conhecer a obra do cantor. Estão lá 16 dos seus maiores sucessos, entre eles as obrigatórias Sá Marina, Não Vem Que Não Tem e Carango (cujo refrão deu nome ao filme). Outra opção é Um Sorriso Pra Você, álbum recém-lançado com canções de Tom Jobim, Ary Barroso, Caymmi e Nelson Motta – incluindo algumas raridades.
Uma das novidades mais aguardadas é o livro Nem Vem Que Não Tem – A Vida e o Veneno de Wilson Simonal. O autor, Ricardo Alexandre, promete desvelar parte das polêmicas e da complexa vida do cantor. Dono de um talento inquestionável – e atitudes nem tanto –, Simonal continua rendendo notícia e conquistando o público 40 anos após o seu auge.
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