5 de julho de 2009

Eternos indies

Basta ouvir os 50 segundos iniciais de The Eternal para ter certeza de uma coisa: o Sonic Youth não envelhece. Seja qual for a mágica que mantém sexy a voz de Kim Gordon – um bálsamo quando em contato com as guitarras noise de Thurston Moore e Lee Ranaldo –, a fusão de indie, punk e experimentalismo dos nova-iorquinos repete o êxito cada vez que eles entram no estúdio. Foi assim com o 16º álbum da carreira.

Representantes da vanguarda do rock há três décadas, o Sonic Youth continua dando aos seus fãs o que eles querem. Ou seja, melodias insinuantes e guitarras “sujas”, com frequência acrescidas de distorções. Desta vez, as músicas ganham como ingrediente referências culturais interessantes.

A ex-modelo alemã Uschi Obermeier, famosa pelo ativismo sexual e político nos anos 1960, é a “homenageada” em Anti-Orgasm, um dos destaques do álbum. Sacred Trickster é dedicada ao pintor francês Yves Klein e ao artista americano Noise Nomads, enquanto Leaky Lifebot paga tributo ao escritor beatnik Gregory Corso.

The Eternal está, na pior das hipóteses, no mesmo nível de Rather Ripped (2006), elogiadíssimo disco anterior. Ninguém jamais manteve uma carreira tão regular por tanto tempo. Impossível adivinhar qual o limite para uma banda que está na estrada há quase 30 anos e se supera a cada álbum.

Ouça Sacred Trickster aqui

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