"punk rock is a word used by dilettantes and ah... heartless manipulators about music that takes up the energies and the bodies and the hearts and the souls and the time and the minds of young men..." - Iggy Pop
30 de junho de 2008
Indenciário
O guitarrista adorava fazer shows. “Também gosto de gravar, mas preciso de um contato freqüente com o público. Isso me dá energia”, disse, certa vez. Foi com esse espírito que Rory entrou no Tangerine Studios, em Londres, para gravar Deuce. A intenção era fazer algo que se aproximasse o máximo da sonoridade de uma apresentação ao vivo. Isso explica a equalização tanto da guitarra como da voz usada em faixas como Used to Be, In Your Town e Should’ve Learnt My Lesson. Mas, se por um lado a Fender Strato era a marca registrada do músico, por outro, a sonoridade acústica lhe caía como uma luva, como é possível perceber na ótima faixa de abertura, I’m Not Awake Yet (sobre a correria que é a vida de músico), no folk de Out of my Mind e em Don’t Know Where I’m Going.
Ao lado de sua melhor banda, com Gerry McAvoy no baixo e Wilgar Campbell na bateria, Rory mostra porque foi um dos grandes guitarristas de sua época. Em 1971, era um novato (tinha 22 anos) entre os já consagrados Eric Clapton e Jeff Beck. O blues estava sendo tomado por cabeludos branquelos, e foi aí que Gallgher encontrou o seu espaço. Basta ver que, além do folk (Out of my Mind) e do rock (Persuasion, faixa-bônus da versão em CD), Deuce é repleto do blues de alta qualidade, como In Your Town e Should’ve Learnt My Lesson.
Nascido na pequena cidade de Ballyshannon (5 mil habitantes, a maioria na zona rural), no Ulster (Irlanda), Rory é até hoje uma espécie de Deus na terra natal. Todos os anos, milhares de fãs organizam um festival nessa cidadezinha, que neste ano será realizado de 31 de maio a 3 de junho. Além de sua importância como guitarrista, Rory é apontado como o homem que impulsionou o rock irlandês. Ainda hoje, fãs discutem quem teria sido o maior guitar hero da Irlanda – ele ou Gary Moore (Thin Lizzy).
Precoce e autodidata, Gallagher ganhou sua primeira guitarra aos nove anos. Aos 15, comprou uma Fender Stratocaster modelo 1961. Em 1966, formou a banda Taste com um grupo de amigos, que o impulsionaria para o estrelato anos mais tarde. O jovem Rory nem imaginava, na época, que sua música e sua personalidade seriam motivo de culto no século XXI. Se imaginasse, reagiria com simplicidade, sem estrelismos. “Ele foi um homem sensível e um grande músico”, definiu The Edge, do U2, um dos maiores fãs do guitarrista.
26 de junho de 2008
Novo do Oasis sai em outubro
Segundo Noel, as músicas do novo disco levam o ouvinte a “uma viagem ácida sem ácido”. A melodia preguiçosa de I Wanna Live in a Dream, típica dos ingleses, é prova disso. Stop The Clocks, já conhecida do público, é candidata a hino. Será o primeiro lançamento deles pela nova gravadora, a Universal, e o último trabalho do baterista Zak Starkey com o grupo. Enquanto a bolacha não sai do forno, confira algumas das músicas que já vazaram na net.
I Want to Live in a Dream in my Record Machine
Stop the Clocks
Nothing on me
22 de junho de 2008
Zé Geraldo regrava clássico de Dylan
Nascido em Rodeiro, na Zona da Mata mineira, e criado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, o cantor e compositor Zé Geraldo caiu na estrada cedo. Com 18 anos foi estudar e trabalhar em São Paulo, ainda com o sonho de se tornar jogador de futebol. Mas, um acidente automobilístico mudou o rumo de sua história e, com pouco mais de 20 anos, suas jogadas foram transformadas em versos e canções. Com mais de 30 anos de carreira, Zé Geraldo tem 15 discos lançados, fora coletâneas e compactos.
18 de junho de 2008
Gueixas do rock
Yoshiko (vocal e guitarra), Sachiko (bateria) e Akiko (baixo) foram inspiradas pelo rock das décadas de 50, 60, 70 e 80 – daí o nome da banda, pouco comum e difícil de pronunciar. A maior influência vem da surf music e do rock de garagem de bandas como Sonics, Cramps e The Shaggs. Embora o som lembre bastante o punk rock, seria injusto classificar as japas como “ramones de saias”.
Um de seus maiores sucessos, a música Woo Hoo, é um cover da banda indie The Rock-A-Teens e possui apenas duas sílabas: Woo e Hoo. Em 2004, a singela canção alcançou o 28º lugar na paradas inglesas. Um feito e tanto para o estilo despretensioso das japas, que nasceram num país com pouca tradição no rock. Abaixo, o clipe de I Walk Like Jayne Mansfield, extraído do filme Kill Bill.
14 de junho de 2008
Control chega ao público gaúcho
A vida conturbada de Curtis ganhou as telas do cinema. O filme Control estreou no final do ano passado, mas só agora chega ao público gaúcho. Dirigido por Anton Corbijn, conta com o ator Sam Riley no papel principal. O roteiro é baseado em livro escrito pela mulher do vocalista, Deborah. Control tenta sugerir que o motivo do suicídio seria a dificuldade do músico em lidar com as mulheres. Apesar da pretensão, vale a pena pelas cenas do Joy Division em ação e as imagens de Manchester, berço da banda. Agora resta esperar para que o filme chegue o quanto antes às locadoras da região.
6 de junho de 2008
Nada está perdido
Motivo para pânico? Felizmente, não. Se, por um lado, os Fratellis não fizeram um Costello Music 2, por outro, Here We Stand conta com um punhado de boas canções. Tell Me a Lie é rock de arena. Lupe Brown, com seu riff sônico e melodia estilo britpop, já conquistou os fãs. Acid Jazz Singer começa deliciosamente country e recupera a irreverência que tornou os Fratellis conhecidos mundialmente. A balada Milk and Money, ao piano, foge do script e os escoceses fecham o disco revelando sua admiração por Paul McCartney.
O risco é que os "irmãos" Jon, Mince e Barry Fratelli passem a levar a história a sério demais. Desde que surgiu, a banda escocesa se notabilizou por defender, com seus riffs e refrões, o princípio básico do rock: a diversão. E fez isso sem cair no saudosismo barato. Algo como se Monkeys e Libs fossem uma banda só, mas nos anos 80. O verdadeiro espírito dos Fratellis pode ser resumido na frase de Jon sobre seu projeto solo, que deve sair até o final do ano. "Não é nada demais, apenas algo para me manter ocupado." Desse espírito depende o futuro dos Fratellis.
4 de junho de 2008
O adeus a um mestre
"Um dos pais fundadores do rock and roll deixou o edifício que ajudou a construir", disse o comunicado da Talents Consultants, agência que empresariava o músico. Diddley morreu em sua casa, na Flórida (EUA), de falência cardíaca. Há um ano, ele sofreu um acidente vascular cerebral durante show no Iowa e foi hospitalizado em Ohama, Nebraska. Em agosto, sofreu um ataque cardíaco na Flórida. Nos últimos anos continuou a fazer turnês e gravar discos porque, segundo ele, precisava de dinheiro.
Ellas Bates - seu verdadeiro nome - ganhou o apelido famoso na década de 40, quando se mudou para Chicago e começou a tocar nas ruas. Sua marca registrada era a guitarra retangular e o ritmo que extraía dela, conhecido como "batida Bo Diddley". Ao lado de contemporâneos como Chuck Berry e Little Richard, Diddley fez parte de um grupo pioneiro de artistas negros que atravessaram a divisão racial americana para criar música que agradava ao público branco e era imitada por artistas brancos.
Entre seus maiores sucessos estão Who Do You Love, Bo Diddley, Bo Diddley's a Gunslinger, Before You Accuse Me, Mona, I'm a Man e Pretty Thing. Mesmo sem ser um freqüentador assíduo das paradas de sucesso, Diddley podia se gabar de ter influenciado alguns dos maiores nomes da história do rock. De Elvis Presley a Bon Jovi, passando por Rolling Stones, The Who, The Kinks, The Doors e muitos outros, todos beberam da fonte de mister Bo Diddley.
2 de junho de 2008
Weezer volta folk e...gospel?
A faixa The Greatest Man That Ever Lived, inspirada numa antiga canção americana, começa hip hop e termina quase "sacra" - não sem antes passar pelo refrão guitarreiro, claro, que consagrou a banda no começo dos anos 90. São vários ritmos diferentes numa mesma música, uma espécie de Bohemian Rapsody indie. Pode ser genial ou horroroso, depende do seu estado de espírito. Melhor escolher a primeira opção.
Diga-se de passagem, as recentes fotos dos integrantes do Weezer publicadas pela imprensa davam uma mostra de que as coisas estavam mudando. O visu dos integrantes é bem diferente dos tempos de Pinkerton e do blue album, quando o vocalista Rivers Cuomo chegou a manifestar publicamente sua preguiça em tomar banhos. Sem contar a capa do novo álbum que tem circulado na internet: mais parece uma versão indie para o Village People (destaque para o chapeuzinho "cowboy gay" de Rivers Cuomo).
Se é difícil pensar de onde veio a influência do Weezer para este trabalho, a música Heart Songs confunde ainda mais. Estão lá, citados nominalmente, Cat Stevens, John Lennon, Joan Baez, Devo, Abba, Bruce Springsteen e Quiet Riot. Com o primeiro single, Pork and Beans, as coisas voltam ao normal. É o bom e velho Weezer voltando ao estilo estrofe calminha + refrão explosivo. Mas até o final do disco, outras surpresas irão rolar. Pelo bem ou pelo mal, você nunca imaginou que o Weezer pudesse soar tão original em pleno ano de 2008.
P.S.: Ahh...hoje, 2 de junho, é o dia do lançamento do red album. O Weezer está vivo!