
A referência aos ídolos sessentistas não está apenas na sonoridade e na capa do disco (que remete a 1967), mas é nominal. Os Mutantes são citados na faixa de abertura. Com uma introdução de teclado, como o Laffayette da Jovem Guarda, Nada Vai Mudar é daquelas músicas que não saem da cabeça de quem ouviu uma única vez. O disco segue com a irreverência de A Geladeira (mera semelhança com Meu Refrigerador Não Funciona, de Arnaldo, Rita e Serginho?). Não Mande Flores, com maior potencial para hit, é Beatles puro. O andamento lembra Don't Let Me Down e a letra resgata a tríade sexo, drogas e rock and roll. No século XXI, originalidade não é sinônimo de boa música. O disco do Mopho é. E estamos falando só das três primeiras faixas.

Editado pelo lendário Luiz Calanca e sua Baratos Afins, o CD homônimo do Mopho está longe da perfeição em termos de produção. Ao longo da história, foi este ingrediente, o low fi, que deu o toque final aos grandes clássicos do rock. Neste caso não foi diferente.
Em pleno ano 2000, o Mopho age, tanto no estúdio como no palco, como se estivesse na Califórnia da virada da década de 1960. Sorte nossa.
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