Dos sete álbuns do Radiohead, pelo menos quatro são obras-primas. Para alguns críticos, até mais. Nem todos, porém, caíram no gosto do grande público. Com o lançamento de
OK Computer, em 1997, o quinteto formado em Oxford (Inglaterra) rompeu todas as barreiras entre underground e mainstream. De lá para cá, foram mais quatro discos, todos incríveis, mas de difícil percepção para quem não está acostumado. É o que torna o Radiohead especial.
A turnê pelo Brasil, que começa hoje no Rio de Janeiro, traz uma banda no auge do seu sucesso. No palco, Thom Yorke e companhia misturam hits dos dois primeiros discos –
Pablo’s Honey (1993) e
The Bends (1995) – com o experimentalismo dos seus sucessores. Mesmo as músicas menos assoviáveis de
Kid A (2000), com elementos eletrônicos e jazzísticos, provocam uma espécie de transe coletivo comandado pela figura triste do vocalista.
Os shows no Rio (hoje) e em São Paulo (domingo) devem ser baseados nas músicas do último CD,
In Rainbows. Lançado em 2007, o álbum teve uma das estratégias de divulgação mais comentadas dos últimos tempos. Enquanto muitos artistas lutam contra o MP3, o Radiohead disponibilizou as faixas na internet. O download não era gratuito, mas era o ouvinte quem definia o preço a ser pago. Se a banda fosse politicamente correta, não teria graça.
AberturaO show do Radiohead traz uma boa notícia para os fãs do Los Hermanos. O quarteto carioca reúne-se pela primeira vez desde abril de 2007 para abrir a apresentação dos ingleses. A mesma tarefa, aliás, será exercida pelos alemães do Kraftwerk. Os shows em São Paulo, incluindo a atração principal, serão transmitidos pelo canal Multishow a partir das 18h30min de domingo.