"punk rock is a word used by dilettantes and ah... heartless manipulators about music that takes up the energies and the bodies and the hearts and the souls and the time and the minds of young men..." - Iggy Pop
30 de abril de 2009
Clássico pixiano
Está certo, o grande hit da banda é uma bela canção. O riff de abertura e o refrão pegajoso deram aos Pixies uma fama inimaginável para uma banda do cenário independente. Mas a melodia alegre de Here Comes Your Man está bem longe do espírito presente em Doolittle – os próprios produtores consideravam a música uma anomalia dentro do repertório pixiano. Embora com mais peso e menos apelo pop, faixas como Debaser e Monkey Gone to Heaven, incluídas neste álbum, tornaram-se ícones do seu repertório.
Depois de Doolittle, os Pixies lançaram outros dois discos, ambos no formato independente. O sucesso nunca mais foi o mesmo, mas a influência permaneceu intacta. Sob a égide de Frack Black (vocalista e principal compositor) e companhia surgiram alguns dos nomes que hoje representam o que há de melhor no rock.
29 de abril de 2009
Revelação cruzeirense
O Calça Justa, de Cruzeiro do Sul, é uma das boas revelações do rock da região. Após abrir o show dos Garotos da Rua em Lajeado, a banda “tirou férias” dos palcos. Mas a causa é boa, já que o quinteto prepara-se para entrar no estúdio em breve. A ideia é lançar um compacto com seis músicas e no futuro, quem sabe, um CD.
O Calça Justa é formado por Bebé (vocal), Abel (guitarra), Vando (guitarra e gaita), Guilherme (baixo) e Daniel (bateria). Vale a pena procurar o som da banda no MySpace.
25 de abril de 2009
Subestimados galacianos
O site UOL Música publicou recentemente uma lista de 20 álbuns clássicos cujos lançamentos completam duas décadas em 2009. Entre os apontados estão figurinhas carimbadas como Doolittle (Pixies), Pump (Aerosmith) e Like a Prayer (Madonna). On Fire, o segundo do Galaxie 500, também lançado em 1989, não está lá – como era de se esperar. Embora tenha sido um sucesso de crítica, o disco - como a própria banda - sempre foi subestimado.
Diferente da estreia com Today (1988), em que a suavidade ainda dividia espaço com a crueza, On Fire percorre uma fórmula que ficaria marcada como a identidade do Galaxie 500. O dream pop (não o do Cocteau Twins) do trio é uma espécie de convite para flutuar sem sair do chão.
Blue Thunder abre o disco revezando dois acordes, coisa típica de Lou Reed e companhia. Sobre uma base sombria, Wareham despeja versos simples de forma quase preguiçosa. E segue assim até o final apoteótico, em que parece querer fugir para algum lugar incerto (“I’ll drive so far away...”). Fruto da personalidade introspectiva de um sujeito que se mostra incomodado (sem motivo) com a própria voz.
A desafinação proposital e a repetição de acordes dão origem a melodias perfeitas em Strange, When Will You Come Home e Tell Me. Isn’t It a Pitty, muito mais do que uma regravação da música de George Harrison, é uma reconstrução musical que encerra o disco. Difícil é apontar apenas um ponto alto entre as dez faixas.
O Galaxie 500 acabou oficialmente em 1991. Anos depois, sua discografia completa foi relançada em CD, inclusive no Brasil. Wareham seguiu em frente com o ótimo Luna, enquanto Damon e Naomi formaram uma dupla. On Fire é o grande momento de uma banda que teve vida curta, nasceu e morreu no underground. Azar de quem não ouviu.
24 de abril de 2009
Monobanda garageira
The Chicken Album, trabalho mais recente, traz canções baseadas na sonoridade caipira (há até uma versão irreconhecível de Estrada da Vida!). Tudo ao seu estilo, claro, com riffs envenenados e canções minimalistas – inspirado ora pelo blues de Robert Johnson, ora pelo punk rock. A voz, cantada com um megafone, torna tudo ainda mais experimental. Só vendo (e ouvindo) pra crer.
Ouça as músicas no MySpace
22 de abril de 2009
Sonic Youth supersônico e picante
18 de abril de 2009
Baú do Leituras: Warren Zevon
As composições de Zevon tratavam de paixões desesperadas, homicídios e lendas urbanas de forma autêntica e irônica. A mais conhecida delas, Werewolfes of London (Lobisomens de Londres), foi lançada em 1978 no álbum Excitable Boy. Influenciado por Bob Dylan, recebeu uma homenagem do ídolo em 1997, que batizou seu disco de Time Out of Mind – referência a um verso da música Accidentaly Like a Martyr, de Zevon.
15 de abril de 2009
Engajado sem ser chato
Seja com os companheiros Crosby, Stills e Nash, com quem formou um dos grandes grupos da história, ou sozinho, Neil Young sempre transformou em música os anseios de sua geração. É assim desde 1970, quando a música Ohio marcou os protestos contra a morte de quatro estudantes no governo Nixon. Em Living With War (2006), o alvo foi o governo de George W. Bush. Para mostrar que não foge da briga, e ao mesmo tempo sem ser chato e panfletário, o canadense escolheu para Fork in the Road dois temas atuais: a crise econômica e o meio ambiente.
O pano de fundo para as composições temáticas é formado pelas guitarras barulhentas que influenciaram os grunges no início da década de 1990. Recuperado de um aneurisma, Young despeja riffs como um adolescente animado com seu instrumento novo. Por trás dessa base noise está uma mensagem digna. Afinal, como ele canta em uma das músicas, “apenas cantar uma canção não vai mudar o mundo”.
12 de abril de 2009
Um hitmaker no Brasil
Aos 80 anos, o pianista e compositor começou ontem, em Curitiba, mais uma turnê pelo Brasil. Em Porto Alegre, a apresentação ocorre amanhã (segunda-feira) no Teatro do Sesi. O roteiro segue em São Paulo, dias 15 e 16, e Rio de Janeiro, dia 18. O público pode esperar por uma coleção de sucessos, entre eles I Say a Little Prayer, Walk On By e Raindrops Keep Falling on my Head.
Gravado por lendas como Elvis Presley, Beatles e Frank Sinatra, Bacharach é idolatrado também por artistas da atualidade. O Oasis, por exemplo, deixou explícita a devoção ao maestro ao colocar um pôster seu na capa de Definitely Maybe (1994). Sua participação em trilhas sonoras garantiu tanto ou mais sucesso às músicas em relação aos filmes. Em toda sua carreira, nada menos que 52 sucessos chegaram ao Top 40 nos Estados Unidos. Bacharach bem que poderia ser sinônimo de hitmaker.
11 de abril de 2009
Integração ibero-americana
02 - Dead Combo - Correria Desenfreada (Portugal)
03 - Bareto - Vacilando con Ayahuasca (Peru)
04 - Suave as Hell - The Six Year Old International Writing Star It’s (México)
05 - Sr. Chinarro - El Gran Poder (Espanha)
06 - Jiminelson - El Delincuente (Chile)
07 - La Quimera del Tango - Secuestro Express (Argentina)
08 - Autoramas - Hotel Cervantes (Brasil)
09- Supersonicos – Anguila Quick (Uruguai)
10 - Los Mentas - Mundo Porno (Venezuela)
11 - MQN - Breakin' Cristal Stones (Brasil)
Morte ainda polêmica
O livro Mais Pesado que o Céu (Heavier Than Heaven), lançado por Charles Cross em 2001, deve virar filme em breve. A obra reconstitui a infância pobre de Cobain em Aberdeen (EUA) até a sua ascensão meteórica à frente da banda de maior sucesso do movimento grunge, surgido no começo dos anos 1990. No cinema, o ator Ryan Gosling irá interpretar Cobain, enquanto que a viúva Courtney Love será vivida pela bela Scarlett Johansson.
O filme promete reacender a discussão sobre as circunstâncias da morte de Kurt. Para muitos fãs, a versão oficial – suicídio – está mal contada. Eles apontam evidências que provariam um assassinato premeditado pela própria Courtney. Segundo esta teoria, a famosa carta de despedida escrita pelo roqueiro não seria uma carta de suicídio, mas sim um texto sobre sua decisão de abandonar a música.
10 de abril de 2009
A nova banda de Jack White
A vocação garageira foi mantida no primeiro single, Hang You From The Heavens. Isto torna inevitáveis as comparações com suas bandas anteriores – em especial o White Stripes. O vocal arrastado de Alison Mosshart (da banda The Kills) traz charme à barulheira, completada pelo baixista Jack Lawrence (Raconteurs) e pelo guitarrista Dan Fertita (Queens of the Stone Age).
A música será lançada em compacto de vinil tendo como lado B um cover de Gary Numan, Are Friends Eletric?. O primeiro disco, produzido pelo próprio Jack, foi batizado de Horehound.
7 de abril de 2009
Na trilha do gênio
A faixa disponibilizada na rede é um blues básico, bastante parecida com algumas de suas últimas canções. Se mantiver o nível dos trabalhos mais recentes, a qualidade está garantida. A trilogia iniciada com Time Out Of Mind (1997) e seguida em Love and Theft (2001) e Modern Times (2006) é considerada por muitos como uma ressurreição criativa do artista, que nos anos anteriores havia lançado discos menos inspirados.
Na estrada desde os anos 1960, Dylan afastou-se nos últimos anos do estilo folk que lhe deu projeção no início da carreira. Hoje costuma apresentar-se com uma guitarra, diferente do velho estilo voz e violão. Ao que parece, Beyond Here Lies Nothin' segue o mesmo caminho, o que representaria mais obra fundamental na carreira do gênio.